Assinalou-se, terça feira, 13 de março, o 114º aniversário da criação do Sport Clube Vianense. Contudo, uma tão nobre e bela idade, do clube mais representativo de Viana do Castelo, mereceria uma maior envolvência por parte deste e da própria cidade (edilidade e população). Porém, tal não aconteceu e para quem se passeou pelas ruas de Viana, ou mesmo pelas redondezas do Drº José de Matos, esta terça feira terá sido igual a tantas outras.
Perante isto questiono: porquê tanta insignificância para aquele que é o clube de todos os Vianenses? E o que se fazer para que o Sport Clube local volte a ter as gentes da sua terra consigo? Recuando às origens do SC Vianense, vemos que esta agremiação se iniciou sem futebol e agregou modalidades como a esgrima, a ginástica, o tiro, a náutica, o pedestrianismo. Mais tarde viria o ciclismo, o voleibol, o bilhar, o hóquei em patins, o atletismo, o judo e muitas outras então em voga… Todas estas modalidades atingiram alguma notoriedade, levando o clube a ser considerada uma das melhores associações desportivas do país.
O futebol surge no Vianense em 1923, após a criação da Associação de Futebol de Viana do Castelo. Antes disso, o futebol na cidade de Viana estava entregue ao Aviz Atlético Clube e ao Viana Taurino Clube. Verdade seja dita, mas a modalidade do futebol nunca se impusera, em quase 90 anos, no panorama futebolístico nacional.
A formação deu alguns bons jogadores, mas em 114 anos (89 de futebol) apenas deu um título nacional: o da 3ª Divisão Nacional conquistado em 1999. Muito pouco para tantos anos de história!
Muitas são as crianças e os adolescentes que passam pelas formações do Vianense, mas poucas são aquelas que se aproveitam, muitas foram as famílias que nasceram e passaram pelo Drº José de Matos, porém poucas são aquelas que atualmente resistem e cada vez menos são aquelas que o acolhem. Os resultados futebolísticos são desinteressantes, o futebol é amador, o bairrismo vivido noutros tempos já praticamente não existe e as modalidades, que despertavam paixões e faziam deste clube um exemplo de ecletismo, morreram e são agora as modalidades mor de outras associações do município.
O futebol de fraca qualidade e amador praticado não é o suficiente para voltar a captar as atenções e (re)despertar o amor Vianês pelo Sport Clube Vianense, mas o regresso às origens, o voltar-se a apostar no ecletismo de modo a se importar a marca, o símbolo desportivo, desta bela cidade, a todos os cantos de Portugal, do Alto-Minho e aos lares de Viana, passa por esta estrada. Conhecido o caminho há que percorrê-lo.
Se o Vianense não quer passar mais aniversários no esquecimento terá que ir ao encontro de outras associações e (re)agregá-las de novo no clube. O judo, as danças de salão e o bilhar, modalidades que ainda existem na coletividade a par do Futebol, não têm a visibilidade que uma equipa de voleibol, basquetebol, remo, ciclismo ou atletismo teriam, indo captar gente às ruas, aos pavilhões de Portugal. Foram o ciclismo, com duelos frenéticos entre Alfredo Trindade e José Maria Nicolau, e o atletismo que durante os anos 30 do século XX começaram a despertar o interesse dos Portugueses, entre o Sporting Clube de Portugal e o Sport Lisboa e Benfica, com as modalidades a irem ao encontro das populações. Com a ajuda dos resultados do futebol transformaram esses clubes naquilo que são actualmente!
Trata-se apenas de uma opinião, mas o ecletismo é a solução, apostar-se forte neste sentido ajudaria a cidade a sair de apatia desportiva que se sente em toda ela. A envolvência humana e empresarial sobre o clube cresceria drasticamente, partindo do pressuposto que cada modalidade teria o(s) seu(s) patrocínio(s) autónomos e o Sport Clube Vianense ganharia bastante com isso aumentando as suas contas, aumentando o número de praticantes no clube e expandindo o ideal e “mística” Vianense por esta cidade, por esta região e por esse país fora.
Resta-me terminar, desejando, com ligeiro atraso, os parabéns ao Sport Clube Vianense pela belíssima e critica idade completada, desejando umas rápidas melhoras, pois os indícios de velhice nesta agremiação são por demais evidentes e Viana e os Vianenses precisam deste clube com saúde e com demonstrações claras de juventude!
Miguel Ribeiro
(Atleta do Clube Atletismo Olímpico Vianense)
Efetivamente o nosso Vianense poderia ser o baluarte do desporto em Viana do Castelo. Mas importa assentar ideias, traçar rumos e pôr mãos à obra. Efetivamente o futebol é a modalidade desportiva que mais impacto causa na sociedade. O Vianense ainda não conseguiu atingir um nível que proporcionasse um maior envolvimento da cidade com o clube. Que fazer? Penso que estão a ser postas em prática algumas ideias que passam por um melhoramento significativo da qualidade de trabalho na formação de forma a que se formem melhor e como consequência se aproveitem mais e cada vez mais atletas vindo da base. É evidente que já se tentararam implementar ideias semelhantes mas acabam sempre por não ser postas em prática do príncipio a fim. Este é um problema que o futebol em geral não consegue ultrapassar, a paciência de esperar resultados de um trabalho de longo prazo. Se é admissivel em clubes de grandes investimentos, que precisam de resultados imediatos, o mesmo acho não o ser num clube desta dimensão.
ResponderEliminarPor outro lado podemos sempre equacionar o Vianense, conforme tu referiste, como um clube eclético, o CLUBE da cidade. Crescer diversificando as modalidades, aglutinando o trabalho positivo que clubes como a EDV, o VNC, o Olimpico, etc... mas para isso é preciso que haja pessoas que se envolvam com o Vianense e não com uma situação diretiva como a atual e como a grande maioria das direcções ou seja um pequeno grupo de pessoas que se esforça mas não conseguirá abranger muito mais que o futebol pois mesmo assim já dispensam muito do seu tempo pessoal para o clube. É PRECISO MAIS GENTE! MAIS GENTE A QUERER UM GRANDE VIANENSE! Se calhar falta essa paixão!