quinta-feira, 4 de abril de 2013

Dito e feito: Lembro-me de uma aldeia...

A primavera está teoricamente na flor da sua idade, o tempo pode não o demonstrar, mas é primavera não há volta a dar.

Apesar da greve do sol, esta época fez-me recuar uns tempos no meu pequenino quarto de século. Posso mesmo dizer que ainda sou do tempo em que as crianças brincavam na rua, se sujavam, se arranhavam e isso era tudo normal.

Agora, adulta, é tudo anormal: as crianças não se podem sujar, os jovens refugiam-se numa vida virtual, os adultos lamentam-se da crise e os idosos vivem isolados.

Esquecemo-nos, portanto, de um factor chave. É que o convívio na rua e desportos que nela surgiam, muito espontâneos, são característicos das aldeias, onde eu também vivo, e faziam crescer o gosto pela prática do desporto de forma saudável.

Quem não se lembra de com raquetes de praia se improvisar um grande jogo de ténis onde cada um jogava como podia; para o voleibol não havia bola certa bastava uma corda para simular a altura da rede; no futebol com qualquer duas pedrinhas se fazia uma baliza, entre outros jogos da minha e da infância de muita gente....

Tenho a certeza que a espontaneidade com que estes jogos eram vividos e surgiam fazem falta aos tempos de hoje. O país está triste, as pessoas estão tristes, mas não é só pela ausência da primavera é, antes de tudo, por não saberem tirar partido das coisas boas e simples da vida.

Marisa Ribeiro

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