quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Opinião: Futuro do Voleibol

Apresento-vos os números de equipas de voleibol em Portugal (masculino e feminino) em 2011/2012. Estes dados não incluem as equipas dos Açores e Madeira. Estive a ler as Circulares n.º 2, n.º 3 e n.º 4 de 2011/2012 da Federação Portuguesa de Voleibol (origem dos dados).

Voleibol Masculino

 

Conforme podem verificar no gráfico (N.º de equipas Masculino – não inclui equipas dos Açores e Madeira nos escalões de formação, II e III Divisão), a pirâmide parece estar invertida neste momento. O “novo” escalão de Cadetes é aquele que menos equipas tem na atualidade (11 equipas). Para além do mais parece ser um escalão que vai implicar um esforço financeiro extra aos clubes. Concordo com a sua existência, porém com a conjectura nacional de crise sócio-económica (Redução do Subsídio de Natal e Subsídio de Férias, Redução de quase 19% no Desporto – OE 2012), iremos verificar se esta foi uma das melhores decisões para um melhor Voleibol em Portugal.

Na minha opinião, antes da existência deste escalão (cadetes), o escalão antigo de Juvenis era o da “Seleção Natural” e muitos jogadores/as deixavam de praticar voleibol, neste escalão/idade. O fato de transitarem para o Ensino Secundário, mudar de escola, mudar de amigos e entre outros motivos levavam aos jovens a abandonar a modalidade bastante cedo. Neste momento é possível construir uma equipa de base (“minis”) e leva-la até Júnior mantendo os jogadores/as sempre juntos.

Voleibol Feminino

 

No que se refere ao feminino (N.º de equipas Feminino – não inclui equipas dos Açores e Madeira nos escalões de formação, II e III Divisão) o crescimento parece ser favorável. Apesar da Seleção Nacional Feminina não ter o impacto que a Seleção Nacional Masculina tem a nível internacional, a nível do voleibol nacional o voleibol feminino é o mais praticado nos pavilhões. Existem 173 equipas de formação e 34 equipas Seniores Femininos.

Todavia, insisto que deve haver formação dos treinadores de voleibol e que haja um estudo acerca da taxa de abandono no feminino (parece-me que é elevada).

Diferenças entre o Voleibol Masculino e o Voleibol Feminino (equipas de formação)

É abismal a diferença entre o Voleibol Masculino (72 equipas de formação) e o Voleibol Feminino (173 equipas de formação): + 101 equipas no feminino do que no masculino (+56%). Sabendo que a partir do escalão de cadetes a inscrição é paga pelo clube/pais dos jogadores/as no feminino são 98 clubes e no masculino são 45 clubes que pagam inscrições e seguros. Praticamente o dobro!

Penso que só apenas no ano 2011/2012 é que o número de equipas Seniores (masculino e feminino) é igual (34). Até agora o número de equipas do escalão de Seniores Masculinos tem vindo a diminuir ano após ano.

Futuro do Voleibol em Portugal

No que se refere apenas a estes dados, tudo indica que o voleibol feminino irá crescer nos próximos anos. Porém, penso que existe uma maior taxa de abandono no voleibol feminino do que no voleibol masculino por vários motivos: estudos (Universidade), família, constituição de família, emprego. No voleibol masculino penso que o tempo de prática tende a ser mais duradouro por motivos como: “prática regular de exercício físico”, “pertença a um grupo”, “convívio com os amigos”. Esta é apenas a minha opinião. Não são dados científicos.

Escalões do Voleibol em Portugal 2011/2012

Para o leitor pouco habituado aos escalões de voleibol aqui fica uma pequena ideia:
até ao 7.º ano de escolaridade: < 12 anos – Escalão de Minis
8.º ano de escolaridade: 13 anos – Escalão de Infantis
9.º ano de escolaridade: 14 anos – Escalão de Iniciados
10.º ano de escolaridade: 15 anos – Escalão de Cadetes
11.º ano de escolaridade: 16 anos – Escalão de Juvenis
12.º ano de escolaridade e 1.º ano de Universidade: 17/18 anos – Escalão de Juniores
< de 19 anos: Seniores

Texto originalmente publicado AQUI


 Arlindo Miranda (Treinador de Voleibol e Professor de Educação Física)

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