Entrevista a: Tata

Após dez meses parado, devido a lesão, Tata regressou à competição na partida entre o Alvarães e o Cais Novo. A cumprir a sua sétima época na formação darquense, o camisola 10 esteve pouco minutos em campo, no entanto, tempo suficiente para matar saudades da competição e das vitórias.

Depois de tanto sofrimento, com 27 anos, Tata pode continuar a ajudar a crescer o futsal em Viana do Castelo. Mais do que as grandes exibições, fintas ou golos, todos os grandes jogadores fazem falta à modalidade e Tata não é excepção. O DEV foi conhecer melhor o jogador que há várias épocas tem encantado os pavilhões do distrito.

Quais foram as maiores dificuldades que sentiste durante o tempo que estiveste lesionado?

Tirando os três meses de gesso, que não é nada fácil, a maior dificuldade que tive foi o facto de estar fechado em casa, sem poder trabalhar e jogar/treinar.

Esta foi a tua primeira grave lesão?

Não, não foi. Quando estava no Vianense parti o pé. Curiosamente, no dia dos meus anos, em Leça, no último segundo do jogo e tive bastante tempo parado. Esta lesão foi a 17 de Janeiro, em Freixo (contra o Neiva). Foi sozinho! Ao arrancar, a tentar ultrapassar o Orlando, senti uma dor muito forte perto do gémeo e cai, não conseguia sentir nem mexer o pé. O pior veio depois. Primeiro, nas Urgências, o médico disse-me que era uma entorse. Passado uma semana, fui a outro, que simplesmente me disse que nunca mais ia ficar bom, que tinha destruído o tendão, que nem sequer ia conseguir andar direito, quanto mais jogar outra vez. Finalmente, graças a uma amiga em comum, conheci o Dr. João Sá, ortopedista do Hospital de Viana, que me fez uns exames e me disse que tinha rasgado 80% do tendão de Aquiles. Tratou-me, andei com gesso durante três meses, fiz fisioterapia durante três meses, cerca de três horas por dia. Agora, sinto-me como novo, estou cheio de força.

Qual foi a tua motivação para quereres regressar à competição?

Adoro futsal e nem quero pensar no dia que tiver de deixar de jogar. A outra grande motivação é o meu clube, que tem o melhor balneário do Mundo. Os meus companheiros, verdadeiros amigos, que tiveram sempre ao meu lado, não podia deixá-los!

Antes do encontro com o Alvarães, que marcou o teu regresso, estavas nervoso?

Nervoso não, já não tenho idade para isso. (risos) Mas estava ansioso por provar a mim mesmo que ainda tenho valor e que posso ser útil ao nosso treinador.

Neste momento da temporada, como descreves a tua forma física?

Desde que comecei a treinar, já perdi sete quilos, mas ainda não estou bem, longe disso, ainda tenho que melhorar muito! Como diz o nosso mister. Ainda tenho de trabalhar muito para estar ao nível dos meus colegas de equipa.

O golo e as duas assistências no jogo com o Alvarães dão-te a moral necessária para continuares a trabalhar?

Acho que moral não é o termo certo. Admito que foi importante! A minha entrada com o Alvarães não foi perfeita, longe disso. Marquei um golo e assisti dois, mas falhei muito na marcação e na organização de jogo. No entanto, provei a mim mesmo que vou conseguir chegar ao que era, e vou trabalhar para ser ainda melhor!

Que balanço fazes da prestação do Cais Novo até ao momento?

De jogo para jogo estamos melhor, sem dúvida. O treinador é novo, temos jogadores novos e, mesmo para nós que já lá estávamos, foi complicado no início, uma vez que os processos deste treinador são completamente diferentes dos do anterior.

Até onde pode ir este Cais Novo, com o Tata de regresso?

Honestamente, e não pensem que é falta de humildade ou arrogância, penso que somos candidatos à subida, e explico porquê. O novo treinador é uma pessoa com bastante experiência, cativante e que sabe muito de Futsal. Todos os dias, o mister ensina-nos coisas novas. Os reforços têm muita qualidade. O Cartola é um grande jogador, dos melhores que já tive o prazer de jogar; estando bem e com vontade o Júlio, é uma máquina. Todos que vieram têm muita qualidade, o Pako, o Tiaguinho, o Mingos e o Sárria. Se a estes somarmos os que já estavam, o Peres (o nosso eterno capitão e grande jogador), o Roy (faz a equipa jogar), o Bruninho (ele e o Ralha do Neiva são os melhores) e o Tony, que na minha opinião, é o melhor praticante de Futsal da nossa Distrital. Ainda temos a experiência do Jota (Velhinho) e do Paulo Filipe. Eu sou mais um para ajudar e manter sempre a boa disposição do grupo. Resumindo, acho que temos um plantel com muitas soluções capaz de superar todas as dificuldades que vão aparecer, e acabar em primeiro.

Quais são as tuas metas pessoais para a presente época?

Pessoalmente, antes de mais, não me quero lesionar outra vez. O mais importante para mim é ser mais um nas contas do treinador e chegar a um nível, se possível, superior ao que estava antes de me aleijar.

Para terminar, quer deixar alguma mensagem?

Queria agradecer esta oportunidade e mandar um forte abraço a todos os meus companheiros, em especial ao Peres, pela pessoa que é e por ter estado sempre a meu lado, nesta fase difícil que passei. Aproveito também para mandar um abraço aos grandes amigos que fiz nas outras equipas, o Jorginho e o Fredy do Monção; o Zezé, o Ricardo e o Padeiro do Ambos-os-Rios; o Grilinho do Anha; os irmãos Ralha do Neiva, entre muitos outros. Mais uma vez obrigado, e boa sorte para todos!

JS