domingo, 27 de outubro de 2013

Hóquei: Um filme feliz “a azul e laranja” exibido pela Juventude

Tal como o cinema regressou a Viana, o escalão maior do campeonato nacional de hóquei regressou também à Princesa do Lima. O filme cabeça de cartaz foi um encontro ao mais alto nível disputado pela Juventude de Viana e Sporting. Para a ficha técnica passada no final do jogo fica uma vitória suada da Juventude por 5-2, perante um pavilhão que transpira “hóquei em patins”, como atentou o treinador dos visitantes, Hugo Gaidão.

Neste reingresso da Juventude à 1º divisão as equipas entraram em campo com vontade de pontuar e começar desde o primeiro encontro a garantir a manutenção já que, por reformulação do sistema competitivo, muitas vão ser as equipas a descer de escalão. A película a que o pavilhão de Monserrate quase cheio assistiu começou a um ritmo de cortar a respiração.

Bola para um lado, bola para o outro, o jogo começou repartido. Por intermédio de André Centeno, com uma exibição bastante conseguida, e num contra-ataque, a Juventude foi a primeira a marcar. Não se tratava de um filme de ficção científica era mesmo verdade e aos 8.51 a equipa da casa conseguia a vantagem, por um protagonista que muito se ouviu falar na partida.

Qualquer golo para cada uma das equipas podia mudar o rumo do jogo. O Sporting não estava conformado com a desvantagem e começou a escrever o argumentos para um filme de ação. Através de Dates, um verdadeiro vilão para as cores de Viana, conseguiu igualar o marcador, aos 9.91.

Joel Coelho, que por nome podia até ser personagem de um filme de animação, tinha colocado os pontos nos ‘is’ e dado de novo à equipa vianense a vantagem (2-1). O vilão Dates, nada satisfeito, disferiu um segundo golpe a favor da equipa verde. Não se sabia que a esperança tinha acabado para a equipa do Sporting e o resultado final é até um pouco pesado para o que se assistiu em Monserrate.

Com coração em Viana, mas jogo com a cabeça

Até ao intervalo manteve-se o empate (2-2), mantinha-se o suspense e até houve momentos de drama com a Juventude a ter de aguentar uma desvantagem numérica quando o protagonista Centeno foi mandado descansar pelo árbitro do encontro. Cartão azul, falta cirúrgica de Centeno que com o stick travou um contra ataque perigoso do Sporting.

É notório que há ainda poucos treinos e a equipa Vianense em alguns momentos foi perdendo a bola e ficando em desvantagem numérica no último terço do campo.

Nesse frame apareceu recorrentemente Jorge Correia. O guardião vianense fez uso a este título e, por diversas vezes, evitou o pior para a Juventude. Jorge foi ao mesmo tempo terror para o Sporting e o ingrediente para por Monserrate com coração a palpitar e em suspense.

Qualquer uma das equipas veio do intervalo com vontade de levar os três pontos para casa e aos 5m da segunda parte, é certo que a um ritmo mais pausado e maior circulação de bola, volta o super Centeno a ser um herói de um jogo real.

Os nervos eram miudinhos e Luís Viana continuou a escrever a história de amor que o liga a Viana e ao público. Muito acarinhado, Luís foi o obreiro do quarto golo da Juventude aos 19.59s. Neste encontro não mostrou a veia goleadora, mas Luís é um menino dos olhos dos vianenses, tal qual Diogo Fernandes que esteve perto de marcar, mas o guarda-redes verde pôs Diogo num filme a preto e branco, sem cor de golos.

Neste segundo tempo a Juventude desperdiçou dois livres diretos e um penalty. A ganhar, o 4-2 foi a machadada final para o Sporting neste filme de ação. A equipa de Viana encontrando-se em vantagem resguardou mais a bola, jogou mais com a cabeça e menos com o coração.

O treinador Pedro Sampaio acredita que tem equipa para lutar rapidamente pela manutenção e, por isso, não está preocupado com a série de quatro jogos difíceis que se avizinham. “Temos de jogar com todos os adversários não me preocupa que seja agora ou mais para a frente do campeonato”.

Ninguém contava era que este jogo terminasse com magia. Em cima do 25 minutos jogados, Joel Coelho remata quase do meio da praça e na hora decisiva Luís Viana desvia e faz o golo final (5-2). Monserrate fica ao rubro, Monserrate grita Juventude, Monserrate agita as cartolinas azuis e laranjas. Afinal, Monserrate é uma sala cinematográfica para qualquer amante do hóquei em patins.





Marisa Ribeiro

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