quinta-feira, 2 de maio de 2013

Dito e feito: De pequenino se torce o pepino

Com um ditado vou falar de coisas bem práticas. Esta semana voltei aos jogos de hóquei não como espectadora, é certo, mas não pude deixar de reparar numa situação.

Além da missão, tive sempre em mente a atenção a pequenos pormenores que, no entanto, podem fazer a diferença.

O meu desassossego começou na bilheteira. Enquanto esperava, e por mera casualidade, ouvi uma criança, de cerca de 4 anos, dizer: “Pai, vamos ver a Juventude?” A resposta não a ouvi, mas foi com certeza um sim pela resposta entusiasta e pronta da criança: “Pai, eu adoro a Juventude!”

Na escola, os professores debatem-se para que os alunos não tenham preguiça e escrevam com todas as letras, com frase completas, sem erros e com a melhor caligrafia.

Aqui notou-se claramente o papel da escola da família. Uma resposta simples, sentida e completa.

No entanto, o que leva uma criança a ter tal amor a um clube? Como pode dizer que adora? O que adora afinal?

Foram todas estas perguntas que me foram inquietando durante um jogo que começou e acabou com as bancadas ao rubro. De facto, entre gritos e aplausos só se queira ver vencer “Viana”.

Noutros tempos os pavilhões enchiam-se para ver hóquei, não há muitos anos. Hoje em dia, não é assim e mesmo sendo véspera de feriado as bancadas estavam compostas, mas não cheias.

O resumo desta história é só um: com a idade perde-se a inocência de crianças e depois talvez se passe a valorizar e dar prioridade a outros “amores”.

Ainda assim, enquanto houver pessoas, crianças e adultos, a vibrar com os jogos o futuro da plateia e o papel que ela tem no jogo está assegurado. A plateia que motiva e mostra que o trabalho dos jogadores não é em vão. É em prol de um clube e é reconhecido pelos que adoram os clubes.

Numa semana que se valoriza o trabalho e o trabalhador quero lembrar que a plateia tem um papel, um trabalho diria eu: fazer com que o esforço e a motivação dos atletas faça girar a roda do “amor ao clube” porque, de facto, verifiquei que ainda o há.

É a força que vem das bancadas que dá sustentabilidade anímica aos atletas e, por vezes, decide jogos. Os preços dos bilhetes não são convidativos para os dias que se vivem também é certo, ou seja, falta encontrar o ponto de equilíbrio. Quem sabe brevemente não se volta a ver o pavilhão de Monserrate cheio e se multiplica a adoração, no caso, à Juventude.

Marisa Ribeiro

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