quinta-feira, 11 de abril de 2013

Pensar o Basquetebol: Um “Alley oop” para encestar a evolução da modalidade

Painel da conferência (foto: DEV)
Este foi um encontro de Basquetebol diferente do habitual. Com direito a “pré-show”, os quatros períodos da partida não foram suficientes para apurar o vencedor. Como nesta modalidade o empate fica fora de jogo, a partida seguiu para “prolongamento”. Em modo “brain-storming”, o jogo coletivo permitiu a conversão de pontos importantes para o crescimento do Basquete, em Viana.

Como mandam as regras, a partida teve direito ao seu espaço de aquecimento. Os primeiros cestos pertencerem a Manuel Antunes, presidente da ABVC, sublinhando “o timing certo da conferência” para debater “soluções para colocar um ponto final no abandono sistemático da prática desportiva”, sobretudo nas áreas rurais.

A bola foi parar às mãos de Paulo Torres, presidente da Associação de Estudantes da ESTG, que ressalvou a “importância do desporto na massa académica”. Por fim, o vereador do pelouro do Desporto da autarquia da Princesa do Lima, Vítor Lemos tomou a palavra, destacando a necessidade de “sinergia de esforços entre clubes, câmara e escolas para evitar que a formação seja o parente pobre” da modalidade. De apito em riste, na falta de um árbitro, o moderador José Domingos Ribeiro mandou os “jogadores” trocar o equipamento para se dar início ao jogo.

A bola ao ar foi ganha por César Castro, Diretor Técnico da ABVC, que tomou a liderança da mesma. Sob a sua égide, o primeiro quarto versou sobre o balanço dos 30 anos de atividade da ABVC que pretende alargar o Basquete a todo o distrito. César Castro destacou a influência do Mini Basket, onde Viana “é líder nacional”. Relembrou a carência de captar mais jovens, em tenra idade, e necessidade de driblar as dificuldades para “fazer chegar o Basquete às escolas primárias”.

O segundo período do jogo marcou um ponto de viragem. Tendo Paulo Torre, dirigente do Clube Basquete de Viana (CBV), como orador, os seguintes “dez minutos” de jogo ficaram marcados pela reflexão sobre “a crise do dirigismo em Viana”. Na retina dos espetadores ficou a jogada em que Paulo Torre enfatiza que “sem dirigentes não há clubes” e que esse rejuvenescimento da classe poderia trazer “novas ideias para combater as dificuldades pelas quais os clubes atravessam”.

José Domingos Ribeiro fintou todos os presentes, impedindo que o jogo tivesse o intervalo a que tem direito. Dessa forma, o terceiro período foi dominado pelo “otimismo” do professor Jorge Resende. Com mais de 40 anos ligados à modalidade, o técnico dos sub18 e seniores do CBV deixou no ar indicações para corrigir o “cenário tático” da modalidade, em Viana. “Queimar etapas da formação”, a “falta de um modelo de jogo único que permita a transição dos jogadores, entre os diversos escalões” ou “ a falta de espaços para o treino informal” foram algumas das instruções que o “mister” deixou no ar.

Num jogo em constante evolução, Jorge Resende enfatizou a necessidade da aposta na formação dos treinadores, arguindo que “quem deixar de aprender, terá de deixar de ensinar”. A sua exposição não terminou sem um “afundanço”, onde demonstrou que é possível às equipas da Princesa do Lima competirem com os grandes nomes do Basquete nacional, face aos recentes resultados conquistados, que já merece o respeito dos adversários.

E, porque a magia do jogo é pulverizada pelos jogadores, o último quarto do jogo pertenceu, em exclusivo, a Marta Barros. A jogadora que chegou à seleção nacional deu o seu testemunho pessoal, ressalvando “a importância do Mini Basquete”, onde deus os primeiros passos, e a dificuldade extrema em captar mais raparigas para a modalidade.

O empate que se verificou no marcador, no final da oratória, levou a reflexão para o tempo extra, onde em tom informal, o jogo prosseguiu. Debateram-se novas formas de divulgação, a importância do perfil do treinador - sobretudo nos Minis, assim como o quadro competitivo do escalão –, a falta de espaços para a prática da modalidade (ao ar livre) ou a transpiração dos resultados para os órgãos de comunicação social, na certeza de que o grande vencedor acabou por ser o… Basquetebol!

João Cerqueira Santos

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