Os utentes da Extensão de Saúde de Vila Nova de Anha, em Viana do Castelo, estão a ser encaminhados para outro centro devido à falta de um médico, confirmou a Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM).
Segundo fonte da administração daquela unidade, contactada pela agência Lusa, a situação acontece há mais de um mês e surge depois de, em agosto, o único médico que trabalhava na extensão de saúde ter pedido a exoneração.
"Foi substituído por um outro médico que foi colocado em dezembro, de acordo com a nova estratégia de reorganização dos Cuidados de Saúde Primários, com caráter definitivo, numa Unidade de Saúde Familiar", explicou a fonte.
A isto, a administração da ULSAM acrescenta que "neste momento não é possível alocar recursos médicos à Extensão de Vila Nova de Anha". Sublinhou, contudo, que "a assistência médica à população está garantida respeitando os padrões de qualidade" do Centro de Saúde de Darque.
Esta unidade "dista apenas três quilómetros da referida extensão", com "evidência da existência de transportes públicos entre estas duas instituições".
Apesar desta garantia, vários utentes queixaram-se nos últimos dias por estarem a ser "obrigados" a reinscreverem-se no Centro de Saúde de Darque, apesar de possuírem médico de família em Vila Nova de Anha.
"Se querem fechar a extensão têm que atribuir novo médico, não podem obrigar as pessoas a reinscreverem-se, pois quem tirou os médicos foi o Centro de Saúde", afirmou à agência Lusa Carlos Lima, familiar de uma utente, com 80 anos, que nos últimos oito era acompanhada em Vila Nova de Anha.
"Sabemos que os médicos estarão a cumprir ordens superiores, no sentido de obrigarem as pessoas a reinscrever-se em Darque, mas estas não podem ser obrigadas a ir para o fim da lista quando sempre tiveram médico. Agora, apesar de acamados, os doentes também não têm consulta domiciliária, o que os obriga a deslocarem-se ao hospital por questões menores", acrescentou.
Os utentes relatam ainda casos, ocorridos este mês, em que por falta de inscrição em Darque viram "recusado" o acompanhamento naquela unidade.
"É um caso que já remetemos diretamente à Entidade Reguladora da Saúde e que esperamos ver encaminhado para a Ordem dos Médicos, por constituir uma infração grave para a ética médica", disse ainda Carlos Lima.
Acrescentou ter apresentado reclamações por escrito, face à não atribuição de médico, a 22 de dezembro e a 18 de janeiro no Centro de Saúde de Darque.
Sobre estas acusações e o futuro da extensão de Vila Nova de Anha a agência Lusa tentou um esclarecimento junto da ULSAM, mas sem sucesso.
Redação/Lusa
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