quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Rui Sousa: “Fiz uma das melhores, senão a melhor Volta a Portugal”

Foto: ©Carlos Rocha | www.carlosrocha.eu
O nome dispensa apresentações. No historial tem triunfos na Senhora da Graça e na Torre, a conquista da camisola de Montanha e de Campeão Nacional de Estrada. Falta apenas vestir a camisola amarela no final de uma Volta a Portugal.

Este ano conseguiu mais uma vez a conquista de um 3º lugar no pódio. À quarta vai ser de vez? 
Sim, é verdade, é o meu terceiro pódio na Volta a Portugal. Normalmente, o ditado diz que à terceira é de vez, mas comigo não resultou. A ver se sou a exceção à regra e à quarta é de vez.

A partida em Viana do Castelo e a passagem por Barroselas empurraram para a vitória? 
Sem dúvida, é um sentimento único. Queria agradecer a todos o apoio nesse dia e só com uma vitória é que o faria. Foi um dia perfeito.

Qual foi o melhor momento desta Volta? Foi, sem dúvida, a minha vitória na Senhora da Graça. Para mim, ficará para a história.

O que pensa quando vê os portugueses a gritarem o seu nome na estrada? O sentimento é maravilhoso. Sinto a força de cada grito, de cada apoio. É sinal que o nosso trabalho é reconhecido.

Qual é o segredo da Efapel-Glassdrive para amealhar tantas vitórias? Bem, sem dúvida alguma, o espírito de equipa, de luta, de garra e de dedicação de cada um em prol dos colegas. Não há vitórias sem o grande apoio de todos os colegas.

Com tantos ciclistas de qualidade numa só equipa, alguma vez sentiu que era impossível conjugar os interesses gerais e individuais? A nossa equipa está bem estruturada. Cada ciclista sabe o trabalho e empenho que tem que fazer e nisso o diretor, Carlos Pereira, é muito sério em cada reunião. Quando assim é, os resultados aparecem.

Carlos Pereira afirmou ao DEV que é quem ajuda a unir a equipa e a resolver os problemas. Sente que a Efapel-Glassdrive não seria tão forte sem o Rui Sousa? Claro que não, sou mais um elemento dentro da equipa. É evidente que sendo o mais velho há um respeito maior por mim. Faço sempre com que a equipa esteja unida porque só assim os resultados aparecem.

Como viu a vitória de César Fonte? Foi excelente. É um amigo acima de tudo, com quem treino diariamente, juntamente com o Sandro Pinto. Vencer na Volta é maravilhoso e foi uma satisfação redobrada ser ele a vencer. É um ciclista jovem em ascensão que ainda vai dar muito ao ciclismo. 

Foto: ©Carlos Rocha 
Que balanço faz da 74.ª Volta a Portugal? O balanço foi excecional. Vencemos a Volta a Portugal e eu pessoalmente penso que fiz uma das melhores, senão a melhor Volta a Portugal destes quinze anos de profissional. Vencer uma mítica Senhora da Graça, vencer a camisola azul, fazer 3º lugar da geral final, foi excelente.

Muitos comparam-no ao Vinho do Porto (“Quanto mais velho melhor”). Sente realmente que a carreira tem vindo a crescer de época para época? Sem dúvida, ano após ano me encontro melhor. A experiência destes anos tem sido fundamental, mas sinto que ainda posso vencer e a minha motivação para treinar é cada vez maior.

O que é que as pessoas ainda não viram do Rui Sousa? Bem, penso que ainda não me viram a vencer uma Volta, mas farei tudo para o verem um destes anos. Tenho estado cada ano melhor e espero ainda crescer mais rumo a uma vitória numa Volta.

No próximo ano, Viana do Castelo recebe uma chegada de etapa. Gostaria que fosse disputada entre si e o César Fonte? Isso seria excelente, mas é evidente que é muito difícil até porque normalmente essa etapa é de transição, logo será relativamente fácil.

Os vianenses já conhecem e seguem bem de perto o ciclismo nacional? Sim. Nestes últimos anos noto que as pessoas da nossa região estão muito mais atentas e seguem literalmente a Volta a Portugal. É preciso não esquecer que, este ano, na Volta a Portugal só houve três vitórias portuguesas, duas de vianenses e uma do Sérgio Ribeiro, que também é do Norte de Portugal.

Quais são as metas para a próxima época? As minhas metas passam pelo Campeonato Nacional, mas evidentemente que depende do percurso. E claro, a Volta a Portugal, esse é o meu maior objectivo.

Vai continuar no ciclismo até ter a derradeira Camisola Amarela da Volta vestida? Vou continuar enquanto me sentir capaz de lutar pela vitória. Enquanto tiver motivação para treinar e enquanto sentir prazer naquilo que faço.

Fabíola Maciel

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