Entre todas as associações que participaram nesta primeira fase do Torneio Inter-Associações, a AFVC é a associação com menor número de equipas de formação. Com excepção de Bragança, que não tem campeonato júnior, esta temporada, tendo uma competição para juvenis com oito clubes, é fácil compreender que as associações que têm um maior número de equipas de formação são aquelas que melhores resultados obtiveram. A formação é uma pecha enorme da AFVC que terá de resolver nas próximas temporadas.
No entanto, existem outros factores que são importantes de analisar. Em relação ao número de equipas seniores que cada associação tem, verificamos que a AFVC volta a ocupar a cauda da classificação. Numa comparação entre as quatro associações que disputaram o grupo 1, o maior campeonato de sempre de futsal da AFVC não chega para beliscar o registo das suas congéneres de Braga, Viseu e Vila Real.
Contudo, as lacunas vianenses não se ficam por aqui. A nível de experiência de nacional, pode-se constatar que as duas equipas que competem em competições da FPF colocam atrás das suas adversárias. Se por um lado, Vila Real conta com quatro formações nas divisões nacionais, sendo UTAD e Boticas estão na primeira divisão, por outro lado, Braga tem formações de grande tradição na modalidade, como a Fundação no primeiro escalão do futsal português, tendo ainda SP. Braga/AAUM, Nogueiró e Piratas na II Divisão. Viseu poderá ser a associação de menor visibilidade, dado que tem o Viseu Futsal na II Divisão e ABC Nelas e Balsa Nova na III Divisão, mas a sua aposta na formação renderá os seus frutos.
Estes são dados a que ninguém pode ficar indiferente. É bem verdade que não estão aqui mencionadas as diferenças sócio-ecónomicas de cada distrito, nem mesmo as diferenças ao nível da dimensão humana e de espaço de cada associação, porém, estes números convergem numa conclusão: a AFVC ocupa um lugar na cauda do futsal nacional e, ou de facto se aposta na formação, ou os resultados neste tipo de competição nunca fugirão muito dos conseguidos no derradeiro fim-de-semana.
Por último referir duas notas de extrema importância. Primeiro, dizer que é uma quase uma obrigação, para a AFVC, passar os seus encontros de futsal a terem tempo cronometrado. O tempo do futebol de onze num campo de futsal está ultrapassado. Até porque esse é um dos passos decisivos para a afirmação da modalidade em Viana do Castelo e da afirmação do distrito no país.
Em segundo, afirmar a importância que o IPVC, enquanto estabelecimento de ensino superior pode ter no crescimento da modalidade na região. Se a AAUM (Braga), a UTAD (Vila Real) e o IP Viseu (Viseu) contribuem para o crescimento da modalidade nas suas localidades, o IPVC poderá ser uma arma ao serviço do futsal de Viana do Castelo. E já não tem a desculpa existirem poucos alunos masculinos, dado que o IPVC oferece vários cursos de engenharia e um de Desporto.
A frieza dos números pode esconder outras barreiras ou dificuldades pelas quais a AFVC tem de enfrentar para que o futsal cresça em Viana do Castelo. Todavia, se a nossa associação quiser continuar a participar neste tipo de eventos, como Torneio de Inter-Associações terá de fazer mais pela modalidade, uma vez que em campo quem sofre os jogadores que tudo fazem para inverter uma maré que corre no sentido contrário.
JS
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