Ciclismo: “Sou um ciclista sério!”

Pela hora do almoço, Rui Sousa explicou, na RTP Informação, as razões que estiveram na base da sua saída da Efapel/Glassdrive. Rui Sousa espera poder encontrar equipa para competir em 2014, confessando que havia “mau ambiente” dentro da equipa, antes da própria Volta. Antes e depois desta entrevista, tal como referiu o jornalista da RTP, António José Leite, o diretor desportivo Carlos Pereira escusou-se a tecer comentários.

O motivo que esteve na base da dispensa de Rui Sousa foram as declarações proferidas por si e que terão desagradado Carlos Pereira. Reafirmando ser “um ciclista sério”, o atleta vianense esclarece que “não seria o único a falar mal dos colegas” e que sempre tudo fez para que o ambiente da equipa fosse o melhor, recordando os “16 anos como profissional, passando por todas as equipas com o máximo de dignidade”.

Na entrevista concedida a estação estatal, Rui aclara como o mundo cor-de-rosa da Efapel-Glassdrive começou a perder a cor. “Tudo começou em Viana. Não sabíamos que o Joni seguia isolado, porque como sabem não temos acesso a rádio. Ataquei no local que tinha ficado designado na reunião matinal. Fiz o meu trabalho conforme o planeado.”, confessa Rui Sousa, lembrando que as palavras de Joni, no final dessa etapa, adensaram o mal-estar latente na equipa.

O que mais terá incomodado Rui Sousa terá sido o facto de haver ciclistas comprometidos, verbalmente com outras equipas. “Muito mais chato para mim é ouvir que Arkaits Duran fez e aconteceu. É eu saber que haveria ciclistas que já tinham acordos verbais com outras equipas. E agora, penso: não ajudaram o Rui Sousa, porque seria?”, enfatizou o corredor, afirmando que os próximos tempos ajudarão a desvendar as respostas, registando a etapa da Torre como um dos momentos em que ficou desagradado com a equipa.

No plano desportivo, Sousa não alcançou o seu objetivo de conquistar a amarela, porém não se escuda em desculpas. “Não quero desculpar o meu insucesso com isto. O Marque e o Veloso foram mais inteligentes e mais fortes”, admite Rui Sousa, que anseia voltar a competir em 2014, não se inibindo de se ver forçado a trabalhar para outro companheiro “desde que esteja previamente estabelecido pelo diretor da equipa, algo que não aconteceu este ano”.

João Cerqueira Santos