sexta-feira, 8 de março de 2013

+Viana: Gil Eannes regressa à doca de Viana na próxima semana

O antigo navio-hospital Gil Eannes vai regressar à doca comercial de Viana do Castelo na próxima semana após a primeira reparação do casco em 15 anos, realizada nos estaleiros da cidade que o construíram em 1955.

O navio, resgatado em 1998 de uma sucata pela sociedade de Viana do Castelo e transformado em museu, deixou a doca da cidade a 19 de fevereiro para uma viagem de poucas centenas de metros até aos estaleiros. "Estava em ótimo estado, foi uma agradável surpresa. Atesta bem a qualidade dos navios feitos em Viana do Castelo", explicou à agência Lusa António Santos Lima, responsável pelo setor das reparações dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC).

Esta operação custou cerca de 75 mil euros e foi suportada pela Câmara Municipal de Viana do Castelo. São trabalhos realizados, por norma, em períodos inferiores a cinco anos. "O Gil Eannes estava há 15 anos sem uma intervenção destas", disse ainda Santos Lima.

O navio foi alvo de trabalhos no casco como lavagem a alta pressão, decapagem e pintura, entretanto concluídos, devendo iniciar a viagem de regresso à doca da cidade a partir da próxima quarta-feira. Tudo depende das condições climatéricas, tendo em conta a dificuldade das manobras necessárias à operação, por o navio não ter meios de propulsão próprios.

A reabilitação total do antigo navio-hospital de apoio à frota bacalhoeira nacional, agora gerido pela Fundação Gil Eannes, só deverá estar concluída no final deste ano. Custará 750 mil euros e permitirá a sua adaptação a porta de entrada do futuro Centro de Mar de Viana do Castelo.

"Vamos fazer a reabilitação de novos espaços para áreas museológicas e muita informação do tempo em que o navio operou nos mares do norte. Será um espaço muito importante de informação", explicou à agência Lusa o presidente da Fundação Gil Eannes.

Segundo José Maria Costa, a intervenção que se segue à reparação do casco vai ser realizada já com o navio na doca da cidade, retomando as visitas. Permitirá disponibilizar espaços que antes estavam fechados e que vão apresentar "a história e ligação de Viana do Castelo ao mar e à pesca do bacalhau".

Em 2014, todas as valências do navio deverão ter utilização, depois da recuperação de camarotes e porões que servirão para criar novos espaços expositivos, um centro de interpretação e documentação do mar e a zona de receção do futuro Centro de Mar.

O Gil Eannes foi um dos maiores cartões-de-visita dos ENVC, dada a complexidade tecnológica que representou para a empresa. Incorporou a bordo sistemas de ar condicionado, salas para a realização de cirurgias e até de radiografias, entre muitas outras valências inovadoras para a época, sobretudo médicas. O navio desempenhou a missão de assistência médica aos pescadores da frota bacalhoeira portuguesa durante cerca de 20 anos. Enquanto navio-museu, recebeu mais de 600 mil visitas nos últimos 15 anos.

Redação/Lusa

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