Com indefinição até ao seu final, consequência inequívoca da “teimosia” e maior acerto com as balizas adversárias por parte dos conjuntos do Afifense e Santa Luzia, a temporada de 2010/2011 proporcionou uma competitividade assinalável, desfeita na derradeira jornada da prova. Em Afife, mais concretamente no Municipal David Freitas, naquele que foi apelidado como o “jogo do título”, Afifense e Santa Luzia disputaram o tira teimas final, com a vitória do campeonato de futsal da AFVC a sorrir aos da casa, após um esclarecedor triunfo (8-3).
Contudo, no descortino de uma época, importa ainda realçar como tudo começou e se alinhavou, pois só assim se entende também o alcance, esforço e devidos feitos dos mais fortes. Com Afifense e Santa Luzia à cabeça, senhores dos dois pratos da balança distrital, o equilíbrio e igualdade do duo da frente, uma constante no desenrolar de grande parte da temporada, viria a ser desfeito pela diferença de golos no confronto direto, não tivessem ambas as equipas terminado a competição com 67 pontos somados. Na felicidade dos verde e brancos, mais sólidos na hora da verdade, transparece, no entanto, o sentimento auri negro de dever não cumprido, que, com mais três pontos de vantagem à partida para a última ronda, não foi capaz de confirmar o favoritismo que lhe era atribuído.
Terminado o campeonato, se por um lado em Afife logo se esqueceram os percalços averbados frente a Cidadelhe (4.ª jornada, 5-5), Ponte da Barca (12.ª jornada, 3-4), Santa Luzia (13.ª jornada, 2-3) e Neiva (20.ª jornada, 2-7), em Monserrate paira uma nuvem de lamento pela perda de pontos com opositores teoricamente menos capazes (3.ª jornada, Anha 4 St. Luzia 3; 5.ª jornada, Caminha 3 St. Luzia 3; 8.ª jornada, St. Luzia 1 Alvarães 3). Feitas as contas, o campeão Afifense, algoz no momento de aplicar goleadas, com Lavradas e Cerveira entre as suas principais vítimas, parte agora para o aliciante desafio do nacional da III divisão de futsal, série A, onde, quem sabe, poderá ter um “aliado” vianense de peso a seu lado, assim a conjuntura atual não se altere e assim o confirme.
Dando continuidade ao rescaldo da campanha transata, desta feita revelando a secção “boas surpresas/confirmações”, é incontornável não salientar a época proveitosa da formação do Cidadelhe que, depois de ter andado tão perto do sonho do título, quebrando na parte final, não desacreditou na sua crença em altos voos. Afastado da luta pelo ceptro distrital, mas envolvido em permanência no centro das mais importantes decisões, o Cidadelhe de Zézé e companhia reuniu as tropas, chamou até si os créditos que lhe haviam sido reconhecidos no decorrer da temporada, triunfando na Taça e Supertaça AFVC, troféus que conquistou com determinação sobre o mesmo oponente, o campeão Afifense.
Juntamente com Afifense, Santa Luzia e Cidadelhe, o Ponte da Barca integrou o grupo dos quatro magníficos que, enquanto durou, fez do equilíbrio a palavra de ordem. Sem capacidade, mais tarde, para acompanhar o andamento fugidio do trio rival, ao dispor de mais e melhores soluções quando a fadiga física já aportava em vários atletas, a turma barquense, sob o comando de Pira, lutou como pôde por um lugar no pódio classificativo, tendo contudo terminado na quarta posição.
A fechar os seis primeiros colocados da geral, os conjuntos do Neiva e Amigos de Sá, respetivamente, quinto e sexto colocados, protagonizaram de igual forma uma época positiva, na qual sobressai naturalmente o animado despique entre si pelo quinto posto, numa espécie de agora é teu, depois é meu. A salientar, os homens do Neiva terminaram o ano em alta, prova disso apenas a eliminação nas meias finais da taça.
Pela negativa, no capítulo das desilusões, importa focar atenções nos desempenhos aquém das expetativas de Anha, Fontão e Cais Novo. No primeiro caso, esperava-se mais de uma armada de Vila Nova de Anha que não soube lidar da melhor forma com as muitas mudanças ocorridas. O Fontão, após uma boa época anterior onde havia vencido a Taça AFVC e terminado o campeonato em segundo lugar, não soube acautelar o seu futuro imediato, tendo igualmente dificuldades na formação do plantel. Uma palavra final para a turma darquense do Cais Novo que, sendo um dos históricos vianenses da modalidade, deu uma imagem muito empobrecida daquilo que realmente pode e já deu provas de saber fazer.
Para a posteridade e para futuras análises estatísticas ficam os seguintes dados relativos à época de 2010/2011, retirados do portal desportivo zerozero:
Melhor Ataque: Afifense com 159 Golos
Pior Ataque: Alvarães com 64 Golos
Melhor Defesa: Neiva com 56 Golos sofridos
Pior Defesa: Cerveira Futsal com 131 Golos sofridos
Mais Goleadas: Afifense com 13 Goleadas
Mais Vitórias: Santa Luzia com 22 Vitórias
Menos Vitórias: Alvarães com 3 Vitórias
Mais Empates: Alvarães com 4 Empates
Mais Derrotas: Lavradas com 20 Derrotas
Menos Derrotas: Afifense com 3 Derrotas
Máximo de Jogos sem Perder: Santa Luzia com 17 Jogos
Pedro Borlido
Os meus cumprimentos.
ResponderEliminarLi atentamente o Vosso comentário. Honra Vos seja feita pelo excelente trabalho apresentado, no entanto gostaria que fosse feita uma correção inerente à eliminação do Sta Luzia nos 1/4 de final da Taça da AFVC. A equipa envolvida são os Amigos de Sá e não o Neiva Sandiães.
Parabéns pelo trabalho .
Um abraço
Agostinho Silva